quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Aloísio Menezes

Clique na imagem e Conheça o projeto que Aloísio participa.








 Em meados dos anos 60, nascia mais um menino comum. A pele negra brilhava no sol do bairro do Garcia, em Salvador: o negro sorria, enquanto corria pelas ruas e becos...
            Logo cedo, a poderosa voz tornava marcante a sua presença, transformava os sonhos daquele rapaz: cantar seria sua grande paixão.
            A voz é grave, o jeito é de menino, as mãos não param, mesmo que contidas, dando a idéia de eterno movimento e desejo de sair do próprio corpo, alcançando todos que o escutam.
            Em 1979 participa do Primeiro Festival Secundarista de Arte Integrada do Estado da Bahia, em que obtém o primeiro lugar! Estava diante, Aloísio Menezes, de seu nascimento artístico. Ele não pararia por aí...
Começou construindo sua carreira cantando na noite baiana em bares de Salvador. Em 1985 participa do Bloco Carnavalesco As Acadêmicas e passa a ser figura marcante no carnaval baiano, atualmente brilha como destaque do Cortejo Afro.
            A inquietação pela busca e necessidade de experimentar novas formas e sons vão conduzindo o cantor ao ecletismo musical: MPB, Salsa, Samba, Baião, Xote e Xaxado vão recebendo influências de Luiz Gonzaga, Gordurinha, Luís Melodia, Gilberto Gil, James Brown, Jamelão, transformando Aloísio em Aloísio Menezes, um caldeirão de sonoridades.
            Em 1982 embarca na viagem magnífica do Bando de Teatro Olodum e participa (como ator e cantor) das montagens: O Novo Mundo, Ó Pai Ó, Woyzeck e Medéia Material com Vera Holtz e Guilherme Leme, sob direção de Márcio Meireles.
            As referências se alargavam e davam sustentação artística ao trabalho de um cantor que sempre pretendeu usar sua voz para alcançar a emoção: Quando faz percussão com os dedos, quando solfeja as melodias de forma ímpar, até mesmo quando revira os olhos de forma absolutamente musical.
O ano de 1995 marca a sua participação na primeira Ópera Negra baiana: Lídia de Oxum. Ao lado de Margareth Menezes e Lazzo, Aloísio encontra, no palco, os batuques originais de suas raízes. Ildásio Tavares e Paulo Dourado são nomes e influências desta montagem tão marcante para o Teatro baiano.
            Neste momento surgem outras necessidades: O artista queria voar... Queria, ele mesmo, trilhar seu caminho, buscar suas particularidades, imbuído de toda arte que conseguiu interiorizar ao longo desta etapa de aprendizado. Era hora da sua carreira solo.
Era chegado o momento de Aloísio Menezes fazer o que mais gostava: brilhar! Brilhar como aquele menino de pele negra retinta ao sol de Salvador, brilhar como brilham as artes, como brilham os sons, como brilham os apaixonados pela música!
Em 2000 Aloísio Menezes ganha o Troféu Caymmi na categoria Revelação-Intérprete.
Pois é... O menino era um diamante bruto, que foi ele próprio se lapidando e se transformando no “Louis Armstrong da Bahia”, como diz a empresária Lícia Fábio.
            Aloísio Menezes é bem este baiano de gestos largos, porém lânguidos; voz firme, porém de extrema doçura; interpretação agressiva, apaixonada, cheia de dores e amores... Uma intensa profusão de energia que emana de sua voz, seu corpo, sua alma.
Aloísio Menezes é um daqueles cantores que, quando abre a boca para cantar, parece estar sorrindo! Talvez esteja lembrando aquele garotinho feliz das velhas ruas do Garcia.


Músicos

  • (Aloísio Menezes - Voz)
  • (Almir Azevedo – contra-baixo)
  • (Isaque Gomes – Percussão)
  • (Reinaldo Popó – Cavaquinho e vocal)
  • (Paulo Benevides – Bateria)



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